10 modos de estudos
1)
Prática distribuída (utilidade: alta) A Revista diz que a prática distribuída consiste em
distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem
em um bloco só.
Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das
sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser
lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve
espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve
estudar uma vez por dia.
A prática distribuída também pode ser interpretada como a
distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com
períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra
hora à noite.
2) Teste prático (utilidade: alta) Simular
é o melhor caminho. Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é
uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou
que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras
técnicas.
No caso específico de concursos públicos ou Exame de
Ordem, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores. Não
apenas do cargo para o qual você está estudando, mas qualquer tipo de questão
que encontrar pela frente.
3) Estudo intercalado (utilidade: moderada) O
estudo intercalado é o que chamamos de rotação de matérias em posts anteriores.
A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou
intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória.
Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade
maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como
ciências exatas).
O principal benefício da intercalação, como já havíamos
observado, é fazer com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.
4) Auto-explicação (utilidade: moderada) A
auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos
mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas
próprias palavras para você mesmo.
O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se
utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.
5) Interrogação elaborativa (utilidade: moderada) A
técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que
justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros.
O estudante deve concentrar-se em perguntas do tipo “Por
quê?”, em vez de “O quê?”.
Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de
decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o
Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E
buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do
princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais
após a Revolução Francesa.
Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do
cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato,
investigando suas origens.
Falando especificamente de concursos públicos, a
interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações
e questões discursivas.
6) Resumos (utilidade: baixa) Resumir
os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma
técnica quase intuitiva de aprendizagem.
O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas
escritas, mas não para provas objetivas.
Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a
técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. O paper diz
que a técnica pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são hábeis
em produzir resumos.
7) Visualização (utilidade: baixa) Os
pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos.
O resultado positivo foi apenas em relação à memorização de frases. Em relação
a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva.
Surpreendentemente, a transformação das imagens mentais
em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o
inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.
Isso não invalida completamente o uso de mapas mentais
para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e
conceitos.
De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a
visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos
inferidos de textos.
8) Mnemônicos (utilidade: baixa) Segundo
o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória; que serve para
desenvolver a memória e facilitar a memorização (diz-se de técnica, exercício
etc.); fácil de ser lembrado; de fácil memorização.
Em apostilas e sites de concursos públicos, é
muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como
SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil
(artigo 1º da Constituição).
O estudo da Psychological Science in the Public Interest
mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são
importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de
memorizar.
Assuntos que não se adaptam bem a geração de
palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos.
Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes de teste.
9) Releitura (utilidade: baixa) Reler
um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas.
O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura (massive
rereading) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo
período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas
vezes.
10) Grifar (utilidade: baixa) Prepara-se
para dar um descanso ao seu grifador amarelo. O estudo aponta que a técnica de
apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva pelos mesmos
motivos pelos quais é tão popular: praticamente não requer esforço.
Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando,
criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca)
utilidade quando combinada com outras técnicas.
Colaborador:: Felipe
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